segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Passatempo Aloha Era uma vez...

Aloha! Era uma vez...

Poemas, ...prémios Nobel? ...não! Apenas uma história!

Muito mais do que um simples [olá], Aloha significa o espírito de partilha com muita alegria e toda a energia que a vida nos pode proporcionar. É uma atitude de aceitação amistosa pela qual os povos das Ilhas hawaianas criaram uma imagem de marca.

O desafio Aloha! Era uma vez... que o website 1oo%surF [Ocean Guide] propõe não é nem mais nem menos que a narração de uma história, que pode ser ficcionada, ou não, sobre uma viagem alucinante que te tenha deixado marcas no caderno de memórias.

Tudo o que desejamos saber no passatempo Aloha! Era uma vez... é de que cor era o tubarão que encontraste naquela fantástica [deep dive session], na Costa Rica, ou se onda de 30 pés surfada durante este Inverno, na Indonésia, era glass?

Adicionalmente a tua história ficará mais valorizada se nos contares as atribulações dessa viagem, desde que saíste da tua doce casinha, até ao reencontro com os teus amigos onde lhes contaste tudo ao pormenor. ...o relacionamento com os locais! ...as trocas comerciais! ...as namoradas! ...etc!

Com as novas tecnologias e a interacção permitida pelos diferentes suportes de partilha de informação, ...messenger, ...telemóveis, ...blogs, para contares uma boa história só necessitas de uma caneta que escreva, ou de um teclado que funcione! ...depois é tudo uma questão de imaginação!

Mãos à obra! ...o website 1oo%surF [Ocean Guide] quer relembrar que no passatempo Aloha! Era uma vez... Aloha, também, se pode referir ao poder para resolver um desafio, atingir uma meta e, ainda, chegar estado de espírito desejado.

Conta-nos a tua história! ...participar, ganhar fama e prémios, é fácil. Ver o Regulamento!

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Concorrentes

quarta-feira, 17 de Junho de 2009

3. Um sonho de Verão

O Verão de 2008 estava a chegar e com ele a expectativa aumentava. Este era o momento do ano mais aguardado por todos, os casados e os não casados. É um ritual que se vem repetindo há alguns anos e que “contra tudo e todos”, (leia-se mulheres) ninguém está disposto a abdicar, a Surf Trip anual!

É a oportunidade que todos têm de fazer um reset, de estar durante uma semana alheios aos problemas que nos acercam no dia a dia. De curtir a vida como se ainda fossemos uns catraios. Desta vez seria à nossa costa vicentina, uma verdadeira “fábrica de ondas” bem perto de todos e para os do norte representa sempre uma ida ao estrangeiro!

Atestamos os carros com o material e como sempre “vão à pinha”, as discussões são as habituais, ou porque uns têm a mania que são craques e levam mais do que uma tábua ou parecem mulheres para levar tanta roupa, etc. As tangas do costume.

A viagem faz-se com a euforia habitual de adolescentes que vão de férias sozinhos pela primeira vez, apesar de muitos já serem pais.

Chegados a Aljezur, o dono de um restaurante local entrega-nos as chaves da moradia onde iríamos pernoitar os próximos cinco dias. São feitas as escolhas das camas, normalmente baseadas nas más experiencias dos anos anteriores: Eu contigo não fico porque ressonas como um porco! Tu? Com essa flatulência tens que ficar sozinho na sala!

Resolvidas as diferenças com boa disposição, as mochilas são meticulosamente arrumadas pelo chão e saímos em busca da primeira praia. Zambujeira do mar, Cordoama, Castelejo, Barriga, Martinhal, Mareta, Tonel, Beliche, Malhão, Z.Point.

Os dias passam como se horas fossem.

A região é rica em bons restaurantes e os dias são habitualmente terminados nos bares locais ou em incursões a Lagos ou Portimão, onde são meticulosamente discutidas as manobras do dia e quem teve a melhor prestação, obviamente sem qualquer conclusão possível.

Mas foi num fim de tarde, quente e alaranjado que os rapazes se cruzaram com um grupo de beldades holandesas, que se despiam junto às suas caravanas para regozijo de todos. Os mais audazes a quem habitualmente chamamos de “pontas de lança” lançaram-se num esforço atroz de esgrimir umas poucas palavras em inglês. Bem ou mal, tinha resultado e tínhamos programa combinado para essa noite!

Depois de um jantar bem regado com o intuito de dar de beber ao peru e “soltar” o inglês aos mais tímidos, a noite quente convidava a uma festa na praia. A lua cheia iluminava a areia branca e o calor convidava a um mergulho no mar. A loira escultural começou então a tirar a roupa lentamente e convidativa lançou-me um sorriso. A água parecia entrar em ebulição em contacto com as suas curvas…

Apressei-me a deixar cair os calções e comecei então a sentir na cara os salpicos de água que ela me atirava…

Abri os olhos com um sorriso na face e de volta à realidade constatei que estavam três palhaços às gargalhadas agarrando um copo de água na mão…

Triste sina a minha…

Título: “Um sonho de verão”
Local da viagem: Costa Vicentina
Data: 07.2008
Pseudónimo: João Baltazar

2. Só golfinhos!

Olá mamã!

Aqui te deixo esta cartinha para te avisar que estou de partida para a Costa Rica. Não aguento este flat que a nossa costa nos dá quase diariamente…

Desculpa só avisar 2 horas antes de partir, mas o Ikas, o EL Rolo telefonou-me de uma cabine a dizer que vai entrar um swell GIGANTEEEEEEE…

Não te preocupes que as ondas não vão estar tão grandes como as que apanhei na Indonésia no Inverno passado. Ai que saudades… glass glass glass…

Beijinhos*

Bem esta foi a carta de deixei aos meus pais… coitados! Continuando a história…

Quando cheguei à Costa Rica parecia um sonho, vi mulheres lindas com 1,50m de altura, “banha” de fora e sem dentes… mas com um bronzeeeeeeeeeee!

O meu amigo Ikas lá estava à minha espera com a sua prancha amarela. Ele é um dos locais da Costa Rica. O Ikas é o verdadeiro “macho-latino” com os seus pelos no peito e nas costas. as mulheres andavam malucas na rua, mas o rapaz só via a sua prancha amarela a frente! ...menino.

Decidimos jantar na cidade antes de partir para a sua praia (não posso revelar o nome). No dia seguinte depois de ter jantado o meu prato preferido, o Galho (Mistura de arroz com frango bem temperado) lá decidimos ir surfar.

Bem, o tempo estava brutal, mas mulheres na praia? ...nem vê-las!!! …só as gordas e sem dentes, ali passavam a cada 3 horas. Ainda pensei... “Bem vou mas é arranjar uma mulher, casar, ter filhos e surfar aqui todos os dias”. Mas depois de conhecer as mulheres locais…ui, nem vê-las!

Continuando! …as ondas estavam brutais! Estava 0,5 m quase flat …coitadinho de mim, depois de pagar uma viagem a pensar num swell gigante, dou por mim a surfar 0,5 m flat.

Mas tudo bem, entro na água com a pica toda, com o Ikas na areia de braços no ar. “Bem aquele é maluco, está todo contente de eu entrar com o mar quase flat”. Quando chego ao outside vejo uma coisa enorme por baixo de mim …fiquei em pânico! Era um tubarão com uns 7 metros de comprimento… O “gordinho” só dizia, “sai da água”, e eu em pânico, sem qualquer reacção só tenho tempo de retirar os pés da água. Quando o tubarão sai da água …era um tubarão cor-de-rosa, que mais parecia a Matadinho…

Ai só rezei para ser completamente mordido, e poder agarrar nas “bóias de apoio”… Mas nesse preciso momento acordo… Lá estava eu sozinho na minha caminha…eram 6 h da manha e faltavam 20 minutos para acordar e para ir para a faculdade…

Porque só me aparecem tubarões cor-de-rosa nos sonhos? Estou farto dos golfinhos da Fonte da Telha…

Título: “Só golfinhos!”
Local da viagem: Costa Rica
Data: 1/1/2009
Pseudónimo: Hugo Vieira

terça-feira, 28 de Abril de 2009

1. Tocar o sonho…

…”meu deus”… lá está isto outra vez a silvar!... que coisa! Os sensores de controlo, do aeroporto, apanham-me sempre! Ora o cinto, ora os brincos, enfim… desta vez o colar muito “zen” oferecido por um amigo numa viagem longínqua, comprado numa tenda de artigos artesanais… dizia-se que: ”libertava o espírito e realizava os sonhos”!...

O voo e num instante seguia viagem por terra; o condutor, com o seu tom de pele escuro e gasta pelo tempo, sorria e provavelmente pensava: “como é que esta gente anda de prancha às costas para apanhar Aquela onda?” todos sabiam que Bali era inesquecível pela famosa “onda glass de cerca de 30 pés” que se formava, ciclicamente, nesta altura do ano e pela qual muitos já deram a vida!

Depois de quilómetros de paisagem de “cortar a respiração”, onde cenários de luz se sucediam a cenários de sombra, onde o calor abrasador fazia desejar arduamente uma água gelada… imaginava já as gotas de água a deslizarem pela garrafa e tocarem a minha mão quente e ávida por incliná-la sobre o corpo e sentir um arrepio de frescura…

Bom… bebi a água morna da garrafa que levava comigo e sorri ao pensar: “água: que bom!”. Por vezes o valor que damos às coisas que temos é tão pouco, quando na realidade podem valer tanto!

Respirei fundo… fechei um pouco os olhos e, mais uma vez, remeti o pensamento para uma viagem que recordei com alguma nostalgia…

“chegámos!”, balbuciou o sorriso lindo do indonésio… saltei, imediatamente, para fora. A roupa colava ao corpo… a prancha já no chão e os pés… na areia!

Não… nem queria acreditar… aquele som! Era aquele som que ouvia nos meus sonhos…como eu adorava escutar o “silêncio” do mar!...

Naquele momento, a humidade do ar parecia colar-se à pele, o cabelo esvoaçava no ar, como numa dança combinada com a brisa que o mar trazia até mim! Inspirei profundamente e pensei: “finalmente consegui!”

De repente encontrei Ron que tentava comprar uma peça de artesanato. Nessa noite jantámos ligeiramente enquanto, em silêncio, podíamos ouvir o rebentar das ondas na areia… no ar pressentíamos que amanhã seria o dia!

“Depressa, é agora”, gritámos! Não queria acreditar… a vida passava, como se de um filme se tratasse, na transparência daquela gigantesca onda… sentia o sangue pulsar nas veias, sentia o ar entrar nos pulmões com tal violência… não sabia bem o que sentia mas a emoção era forte demais…

Dias depois a assistente do voo anunciava: “é favor colocar os cintos…” estava pensativa e, ao mesmo tempo, sentia-me leve, como se me tivesse libertado de um mundo que não queria!...

Já em casa enviei, por e-mail, uma foto ao Ron: a feira de artesanato!

“meu deus, aquele silvar!” o despertador não se calava… quase enlouquecia e eu…eu só agora dava por ele, mas… afinal estive a sonhar! olhei para o relógio e pensei: “não, não posso chegar atrasada! Afinal vai ser a minha primeira aula de surf!”

Esbocei um sorriso, passei a mão pelo colar que tinha no pescoço e tentei acreditar que aquele sonho se realizaria um dia…

Título: “tocar o sonho…”
Local da viagem: Indonésia, Bali
Data: Outono de 2008
Pseudónimo: Esmi

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